e que sejam muito felizes
18/12/13
18/05/12
Remoínhos de mar
Andam cavalos à solta
Na torna de cada onda
Em remoínhos do ocaso
Da espuma fazem sombras
E do vento o seu canto
Cada volta um tormento
De crinas onde eu danço
Esta tardia esperança
De flores no meu regaço
Indomáveis, atrevidos
Nas tornas em contradança
Não são cavalos perdidos
Soltam palavras de espanto
Ternuras de um sorriso
E neste solto vai-vem da vida
Fendem silentes laços
No mar andam cavalos
De crinas soltas ao vento
Desenham sombras, alento
Na
criança adormecida
(imagem Google)
11/01/12
Labirinto dos sonhos
Caminhava num estreito e degradado corredor
sumida nos sons de um silêncio profundo, abstracto.
Para trás, ficavam seres estranhos
com seus olhos carregados num misto de dor, ódio,
desconfiança e espanto.
Caminhava apressada como que instruída
pelo apelo da derradeira porta.
Na sua pressa quase esbarrou com três homens furibundos
sustendo no ar uma frágil e pequena cadeira de pinho
ocupada por uma criança com uma corda grossa no pescoço.
Atónita, alarmada, olhou para cima.
A meio metro da cabeça, a ponta erecta estava cortada.
Entrou no quarto dos fundos onde uma mulher desvairada
acusava, com gestos, o menino da cadeira por todo o mal sucedido.
Que mal? Porquê tanta demência se nem um som se ouvia?
Olhou ao seu redor tentando entender o que apenas sentia.
Naquele quarto pequeno, onde o caos se tinha instalado,
avistou mais duas crianças imóveis, subnutridas:
uma num canto em novelo encolhida,
outra numa enxerga e virada para a parede.
Devagarinho, rodou-a.
O seu mundo era outro.
Devagarinho, rodou-a.
O seu mundo era outro.
Aquele das coisas mais simples e belas
onde a mobilidade cerebral a ciência ainda não conserta.
Mais tarde veio a saber que, a menina da enxerga,
abandonada num destroço qualquer, não pertencia à família.
Ainda hoje estremece à peculiaridade isócrona do sonho.
onde a mobilidade cerebral a ciência ainda não conserta.
Mais tarde veio a saber que, a menina da enxerga,
abandonada num destroço qualquer, não pertencia à família.
Ainda hoje estremece à peculiaridade isócrona do sonho.
(escrito em 22/01/2010)
12/02/09
As Pequeninas Coisas
Mãe,
Escuta a brisa que meu ventre abre
Na terra dos sonhos o canto das pequeninas coisas
De braços estendidos o enlevo do sorriso que as afaga
Aquele murmurejar de água soletrando o rio
Plácido
Mãe,
Sente os dois mundos que em mim trago
Saboreando o néctar das coisas invisíveis e cândidas
Entre a música e a leveza da dança
No balanço certo das outonais cores
Em folhas irisadas e suaves
Seis meses, mãe, são caminhados
Na voz das pequeninas coisas
Sob o azul da luz e o verde dos laços
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