Andam cavalos à solta
Na torna de cada onda
Em remoínhos do ocaso
Da espuma fazem sombras
E do vento o seu canto
Cada volta um tormento
De crinas onde eu danço
Esta tardia esperança
De flores no meu regaço
Indomáveis, atrevidos
Nas tornas em contradança
Não são cavalos perdidos
Soltam palavras de espanto
Ternuras de um sorriso
E neste solto vai-vem da vida
Fendem silentes laços
No mar andam cavalos
De crinas soltas ao vento
Desenham sombras, alento
Na
criança adormecida
(imagem Google)